PF diz ser contra tirar medidas cautelares de ex-assessor de Bolsonaro
Filipe Martins está proibido de sair do país, de usar redes sociais e de se comunicar com os demais investigados
A Polícia Federal (PF) mantém o pensamento que é necessária a manutenção das medidas cautelares contra Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro (PL), apurou a CNN.
A PF diz que Martins é investigado na trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e faria parte de um “núcleo jurídico” no planejamento.
Martins ficou preso por seis meses e foi liberado com medidas cautelares, que são: a proibição de sair de sua comarca e a obrigação de recolhimento em casa durante a noite, além do uso obrigatório de tornozeleira eletrônica.
Martins está proibido de sair do país e precisou entregar seus passaportes.
O ex-assessor também não pode usar redes sociais, sob pena de multa diária de R$ 20 mil por postagem. Martins está impedido ainda de se comunicar com outros investigados do caso, incluindo Bolsonaro, Anderson Torres e Walter Braga Netto.
Na última terça-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Justiça do Paraná envie um relatório com informações das medidas cautelares de Filipe Martins, se ele está cumprindo.
Os advogados de Martins se pronunciaram à CNN em nota: “É importante lembrar também que as medidas cautelares impostas a Filipe Martins são desproporcionais e injustificáveis. Essas restrições incluem a proibição de conceder entrevistas, de participar de audiências públicas no Congresso Nacional e de usar redes sociais — limitações que não foram aplicadas a outros investigados no mesmo caso”.
A defesa, por meio de Ricardo Fernandes, também aponta que “Filipe Martins tem cumprido rigorosamente todas as medidas cautelares impostas. Desde sua liberação, ele respeita integralmente todas as medidas, além de comparecer semanalmente no fórum da comarca de Ponta Grossa, demonstrando compromisso com as determinações judiciais”.